Escala da dor.
Conceito da dor?
A dor é
definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ao
dano tecidual real ou potencial (Merskey & Bogduk,
1994).
Tipos de dor?
A
dor é categorizada de acordo com sua duração, localização e etiologia. Três
categorias básicas de dor são geralmente
reconhecidas: dor aguda, dor crônica (não maligna) e dor relacionada com o
câncer.
Dor aguda?
Início
súbito e comumente associada a uma lesão específica, a dor aguda indica que um dano
ou lesão aconteceu. Quando nenhum dano duradouro e nenhuma
doença sistêmica existe, a dor aguda comumente diminui à medida que
acontece a cura. Para
fins de definição, a dor aguda pode durar de segundos a 6 meses.
Dor cronica?
A
dor crônica é a dor constante ou intermitente que persiste além do tempo de
cura esperado e que raramente pode ser atribuída a uma etiologia
ou lesão específica.
Dor relacionada com o câncer?
A
dor associada ao câncer pode ser aguda ou crônica.
Dor classificada pela localização?
A
dor também pode ser categorizada de acordo com a localização (p. ex., dor
pélvica, cefaleia, dor torácica). Esse tipo de categorização ajuda
na comunicação sobre o tratamento da dor; por exemplo, a dor torácica pode
sugerir a síndrome coronária aguda (SCA) e indica a necessidade de avaliação
diagnóstica e
tratamento de acordo com os protocolos de cuidados cardíacos, quando
apropriado.
Dor
classificada por etiologia?
A dor também
pode ser categorizada por etiologia (Quadro 13.2). A dor da queimadura e a
neuralgia pós-herpética são exemplos de dor descrita em relação à sua
etiologia. Com frequência, os médicos podem predizer a evolução da dor e
planejar o tratamento efetivo, usando essa categorização.
Efeito danoso
da dor?
A
despeito de sua natureza, padrão ou etiologia, a dor que é tratada da maneira
inadequada tem efeitos danosos além do sofrimento que ela provoca.
Por exemplo, a dor não aliviada está associada às alterações do sono.
Efeito da dor
aguda?
A
dor aguda não aliviada pode afetar os sistemas pulmonar, cardiovascular,
gastrintestinal, endócrino e imune. A resposta ao
estresse (“resposta neuroendócrina ao estresse”) que acontece com o trauma também ocorre com
outras causas de dor intensa.
Efeito da dor
cronica?
A
dor crônica também apresenta efeitos adversos. A supressão da função imune associada
à dor crônica pode promover o crescimento tumoral. Além disso, a dor crônica
frequentemente
resulta em depressão e incapacidade.
Fisiopatologia
da dor?
A experiência sensorial da dor depende da interação entre o sistema nervoso e o ambiente. O processamento dos estímulos nocivos e a resultante percepção da dor envolvem os sistemas nervosos periférico e central.
A experiência sensorial da dor depende da interação entre o sistema nervoso e o ambiente. O processamento dos estímulos nocivos e a resultante percepção da dor envolvem os sistemas nervosos periférico e central.
Nociceptores?
A
transmissão neurológica da dor também é referida como nocicepção. Os
nociceptores são receptores neuronais envolvidos
na transmissão das percepções da dor para e a partir do cérebro, o qual
responde a mediadores
bioquímicos ou aos estímulos nocivos. Eles são terminações nervosas livres na
pele que respondem
somente a estímulos intensos e potencialmente danosos. Tais estímulos podem ser
de natureza
mecânica, térmica ou química. As articulações, os músculos esqueléticos, a
fáscia, os tendões e a córnea também possuem nociceptores com o
potencial para transmitir os estímulos produtores de dor. No entanto, os
grandes órgãos internos (vísceras) não contêm terminações nervosas que
respondam somente
aos estímulos dolorosos. A dor oriunda desses órgãos resulta da estimulação
intensa dos receptores
que têm outras finalidades. Por exemplo, inflamação, estiramento, isquemia,
dilatação e espasmo
dos órgãos internos provocam, sem exceção, uma resposta intensa nessas fibras
com múltiplas finalidades
e podem causar a dor intensa.
Os
nociceptores fazem parte de vias multidirecionais complexas. Essas fibras
nervosas ramificam-se muito próximo à sua origem na pele e enviam
fibras para os vasos sanguíneos locais, mastócitos, folículos pilosos e
glândulas sudoríparas. Quando essas fibras são estimuladas, a histamina é
liberada a partir dos
mastócitos, provocando vasodilatação. Os nociceptores respondem a estímulos
mecânicos, térmicos
e químicos de alta intensidade. Alguns receptores respondem apenas a um tipo de
estímulo, enquanto outros, chamados de nociceptores
polimodais, respondem a todos os três tipos. Esses neurônios
altamente especializados transformam o estímulo mecânico, térmico ou químico em
atividade elétrica ou
em potenciais de ação (Porth & Matfin, 2009). As fibras cutâneas
localizadas mais centralmente ramificam-se ainda mais e se comunicam com a
cadeia simpática
paravertebral do sistema nervoso e com os grandes órgãos internos. Em
consequência das conexões entre
essas fibras nervosas, a dor é frequentemente acompanhada por efeitos
vasomotores, autônomos
e viscerais. Por exemplo, a peristalse gastrintestinal pode diminuir ou cessar
em um paciente com dor aguda
intensa.
Sistema nervoso periférico?
Inúmeras
substâncias algogênicas (causadoras de dor) que afetam a sensibilidade dos
nociceptores são liberadas dentro do tecido extracelular em
consequência da lesão tecidual. Histamina, bradicinina, acetilcolina,
serotonina e substância P são substâncias químicas que aumentam a transmissão
da dor. As prostaglandinas
são
um grupo de substâncias químicas consideradas capazes de aumentar a
sensibilidade dos
receptores de dor ao aumentarem o efeito provocador de dor da bradicinina.
Esses mediadores
químicos também provocam vasodilatação e maior permeabilidade vascular,
resultando em
rubor, calor e edema da região lesionada.
rubor, calor e edema da região lesionada.
Quando a
nocicepção é iniciada, os potenciais de ação nociceptivos são transmitidos no
sistema nervoso periférico. Os neurônios de primeira ordem fazem trajeto desde
a periferia (pele, córnea, órgãos viscerais) até a medula espinal, por meio do
corno dorsal. Existem dois tipos principais de fibras envolvidas na transmissão da nocicepção. As fibras Aδ (A delta), mielinizadas e
menores, transmitem rapidamente a nocicepção, que produz a “dor rápida”
inicial. As fibras do tipo C são fibras maiores, não mielinizadas, que
transmitem a chamada “segunda dor”. Esse tipo de dor apresenta as qualidades de queimação, contusa ou vaga, que dura mais tempo que a dor rápida inicial. O
tipo e a concentração das fibras nervosas para transmitir a dor variam com o
tipo de tecido.
Quando a
nocicepção é iniciada, os potenciais de ação nociceptivos são transmitidos no
sistema nervoso periférico. Os neurônios de primeira ordem fazem trajeto desde
a periferia (pele, córnea, órgãos viscerais) até a medula espinal, por meio do
corno dorsal. Existem dois tipos principais de fibras envolvidas na transmissão da nocicepção. As fibras Aδ (A delta), mielinizadas e
menores, transmitem rapidamente a nocicepção, que produz a “dor rápida”
inicial. As fibras do tipo C são fibras maiores, não mielinizadas, que
transmitem a chamada “segunda dor”. Esse tipo de dor apresenta as qualidades de queimação, contusa ou vaga, que dura mais tempo que a dor rápida inicial. O
tipo e a concentração das fibras nervosas para transmitir a dor variam com o
tipo de tecido.
sistema nervoso central?
Depois da
ocorrência da lesão tecidual, continua a nocicepção até a medula espinal por
meio das fibras Aδ e C. As fibras entram no corno dorsal, o qual se divide em
lâminas com base no tipo celular. A lâmina
do tipo de célula II é comumente referida como substância gelatinosa. Na
substância gelatinosa,
há projeções que retransmitem a nocicepção para outras regiões da medula espinal (Figura 13.1).
há projeções que retransmitem a nocicepção para outras regiões da medula espinal (Figura 13.1).
A
nocicepção continua desde a medula espinal até a formação reticular, tálamo,
sistema límbico e córtex cerebral. Aqui, a nocicepção é
localizada, e suas características se tornam evidentes, incluindo a
intensidade. O
envolvimento da formação reticular, sistema límbico e sistema de ativação
reticular é responsável
pelas variações individuais na percepção do estímulo nocivo. Pessoas podem
relatar o mesmo
estímulo de maneira diferente com base em seu nível de ansiedade, experiências
pregressas e expectativas.
Isso é uma consequência da percepção consciente da dor. Para que a dor seja
percebida de forma consciente, os neurônios no sistema ascendente devem ser
ativados. A ativação
acontece como uma consequência do estímulo a partir dos nociceptores
localizados na
pele e nos órgãos internos. Quando ativadas, as fibras interneuronais
inibitórias no corno dorsal inibem ou desligam a transmissão da
informação estimuladora nociva na via ascendente.
Sistema
de controle descendente?
É um
sistema de fibras que se origina nas porções inferior e média do cérebro
(especificamente, na substância cinzenta periaquedutal) e terminam nas fibras
interneuronais
inibitórias no corno dorsal da medula espinal. Esse sistema sempre é ativo; ele
impede a transmissão
contínua dos estímulos dolorosos, em parte através da ação das endorfinas.
Quando ocorre a nocicepção, o
sistema de controle descendente é ativado para inibir a dor.
Os processos cognitivos podem estimular a produção de endorfina no sistema de controle descendente. A eficácia desse sistema é ilustrada pelos efeitos da distração. As distrações fornecidas pelos visitantes ou por um programa de televisão preferido podem aumentar a atividade no sistema de controle descendente. Por conseguinte, os pacientes que recebem visitas podem não relatar a dor, porque a ativação do sistema de controle descendente resulta em informações menos nocivas ou dolorosas sendo transmitidas para a consciência. Quando a distração pelos visitantes termina, a atividade no sistema de controle descendente diminui, resultando em transmissão aumentada dos estímulos dolorosos. As interconexões envolvendo o sistema neuronal descendente e o trato sensorial ascendente são chamadas de fibras interneuronais inibitórias. Essas fibras contêm encefalinas e são estimuladas principalmente através da atividade das fibras periféricas não nociceptoras (fibras que normalmente não transmitem os estímulos dolorosos ou nocivos) no mesmo campo receptor do receptor da dor, e de fibras descendentes, agrupadas em conjunto em um sistema chamado de controle descendente. Acredita-se que as encefalinas e as endorfinas inibem os impulsos dolorosos ao estimularem as fibras interneuronais inibitórias, as quais, por sua vez, reduzem a transmissão dos impulsos nocivos por meio do sistema ascendente (Porth & Matfin, 2009).
Os processos cognitivos podem estimular a produção de endorfina no sistema de controle descendente. A eficácia desse sistema é ilustrada pelos efeitos da distração. As distrações fornecidas pelos visitantes ou por um programa de televisão preferido podem aumentar a atividade no sistema de controle descendente. Por conseguinte, os pacientes que recebem visitas podem não relatar a dor, porque a ativação do sistema de controle descendente resulta em informações menos nocivas ou dolorosas sendo transmitidas para a consciência. Quando a distração pelos visitantes termina, a atividade no sistema de controle descendente diminui, resultando em transmissão aumentada dos estímulos dolorosos. As interconexões envolvendo o sistema neuronal descendente e o trato sensorial ascendente são chamadas de fibras interneuronais inibitórias. Essas fibras contêm encefalinas e são estimuladas principalmente através da atividade das fibras periféricas não nociceptoras (fibras que normalmente não transmitem os estímulos dolorosos ou nocivos) no mesmo campo receptor do receptor da dor, e de fibras descendentes, agrupadas em conjunto em um sistema chamado de controle descendente. Acredita-se que as encefalinas e as endorfinas inibem os impulsos dolorosos ao estimularem as fibras interneuronais inibitórias, as quais, por sua vez, reduzem a transmissão dos impulsos nocivos por meio do sistema ascendente (Porth & Matfin, 2009).
Cuidados
de enfermagem?
O
papel da enfermeira no tratamento da dor consiste em realizar a avaliação da
dor, identificar as metas para o tratamento da
dor, prover o ensino do paciente, realizar os cuidados físicos, ajudar a
aliviar a dor implementando
intervenções de alívio da dor (incluindo as condutas farmacológica e não
farmacológica),
avaliar a eficácia de tais intervenções, monitorar quanto aos efeitos adversos
e atuar como
uma defensora para o paciente quando a intervenção prescrita se mostra ineficaz
no alívio da dor.
Fonte e referência
SMELTZER, Suzanne C; Bare, Brenda G. Brunner/Suddarth: tratado de enfermagem
médico cirúrgica. 8. e 10.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 2v.
Boa sorte!

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